Estreia hoje, dia 2 de Fevereiro, a peça “Don Juan”, no Teatro do Bairro, encontrando-se em cartaz até dia 27 de Fevereiro. Uma comédia de Molière, encenada por António Pires, que surgiu pela primeira vez por volta de 1630, na sequência da peça “Tirso de Molina” (El Burlador de Sevilla y convidado de piedra) que apresentava o destino implacável de um homem dissoluto e imoral, incapaz do arrependimento. Foi nela que Molière se inspirou para escrever o seu Don Juan ou le Festin de Pierre, que se estreou no Palais Royal a 15 de janeiro de 1665.
Os bilhetes, que variam entre os 5 (Cartão Amigo ou 4ª feira, dia do espectador) e os 12€, estão à venda na bilheteira do TdB e em bol.pt. O horário dos espectáculos é o seguinte:
Quarta e Sexta às 21h30
Sábado e Domingo às 18h
Escrita logo a seguir a Tartufo, na qual Molière fustigava a hipocrisia de alguns beatos, Don Juan parece fazer uma apologia da libertinagem. Ambicioso, mentiroso, sedutor, infiel, orgulhoso, insolente, Don Juan rejeita os valores cristãos dominantes na época (honra, casamento, família, religião) e vai ainda mais longe ao recusar o arrependimento, mesmo na hora da morte. Algo incompreensível para o seu criado, Esganarelo, que recrimina o amo e chama a atenção para as consequências dos seus actos, como uma espécie de “consciência crítica” de Don Juan. Esganarelo encarna, de certo modo, os valores morais e sociais vigentes na época, sendo um criado característico do teatro clássico, poltrão, interesseiro e guloso, que acompanhando o seu senhor praticamente em todas as cenas, se torna numa espécie de alter ego do seu amo, chamando-o à razão, tentando a cada momento que ele se integre na sociedade, lembrando-lhe as hipotéticas consequências da vida que leva.
No entanto, para Esganarelo a religião assemelha-se muito a uma superstição, o que acaba por ter um efeito mais cómico. As outras personagens, D. Elvira, os irmãos dela, o Pai, os camponeses, defendem os valores sociais que regiam a sociedade francesa da época, os nobres caracterizados por uma enorme dignidade, os camponeses com uma divertida rusticidade.
De realçar ainda a elegância e a justeza da linguagem utilizada, a harmonia da composição das frases, fazendo desta comédia um dos exemplos mais marcantes do estilo do classicismo francês.
Texto MOLIÈRE Tradução FÁTIMA FERREIRA e LUÍS LIMA BARRETO
Encenação ANTÓNIO PIRES Com CAROLINA CAMPANELA (Elvira), CAROLINA SERRÃO (Carlota, Violette), CATARINA VICENTE (Maturina, Espectro), FRANCISCO VISTAS(Gusmão, Don Carlos), HUGO MESTRE AMARO (Don Alonso, Senhor Domingos), JAIME BAETA (Don Juan), JOÃO BARBOSA (Esganarelo), LUÍS LIMA BARRETO (Don Luís, Estátua do Comendador), MÁRIO SOUSA (Pedrito, Pobre) Concepção de Cenário ALEXANDRE OLIVEIRA Desenhos e Pinturas de Cenário JACQUELINE DE MONTAIGNE Figurinos LUÍS MESQUITA Desenho de Luz RUI SEABRA Desenho de Som PAULO ABELHO Assistente de Encenação MIGUEL BARTOLOMEU Construção Cenário FÁBIO PAULO Costureira ROSÁRIO BALBI Assistente de figurinos CATARINA VICENTE Operação de Luz JOÃO VELOSO Operação de Som ANTÓNIO OLIVEIRA Direcção de Cena MIGUEL BARTOLOMEU Assistência à Direcção de Cena AFONSO LUZ Bilheteira SOFIA ESTRIGA Ilustração JOANA VILLAVERDE Fotografia de Cena MIGUEL BARTOLOMEU Spot de Video TIAGO INUIT Produção Executiva IVAN COLETTI/FEDERICA FIASCA Administração de Produção ANA BORDALO Comunicação MARIA JOÃO MOURA Produtor ALEXANDRE OLIVEIRA Produção AR DE FILMES / TEATRO DO BAIRRO
Co-Produção TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE
Para mais informações, consulte o site.