O património cinematográfico da Cinemateca está a ser digitalizado e tem o prazo de início de 2026 para a sua conclusão. O universo das longas-metragens ainda não digitalizadas, que representa 460 títulos produzidos desde 1920 até 2010, e algumas centenas das 13.500 curtas-metragens de toda a espécie e tipologia de produção que estão em arquivo na Cinemateca.
É com orgulho que grande parte dessa digitalização, nomeadamente títulos no formato longa-metragem, é feita na IRMALUCIA, aqui na Interpress. Muitos parabéns pela importância e responsabilidade do vosso trabalho!
A digitalização do cinema português é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um orçamento de 10 milhões de euros, atribuídos pelo Conselho Europeu da União Europeia à nossa comunidade cinematográfica. Pretende-se que os filmes digitalizados, recuperados e restaurados passem a ser exibidos em várias salas nacionais, deixando a Cinemateca de ser o único lugar para exibição dos mesmos.
Este trabalho de digitalização encontra-se distribuído por vários locais, envolve 5 entidades e emprega mais de 30 profissionais. A IRMALUCIA é responsável por grande parte da coordenação do projecto e pela produção das matrizes digitais: uma equipa de 11 técnicos ocupa seis postos de correcção de cor, um posto de restauro de imagem e dois postos de controlo de qualidade.
Os filmes que se encontram, em estado preservado, nos cofres do ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento da Cinemateca Portuguesa) em Loures, são aí digitalizados com uma resolução 4k e colocados em discos rígidos antes de passarem à fase seguinte. Parte dos títulos vai para a Cineric em Alvalade, onde a imagem é restaurada e limpa digitalmente, e depois para a IRMALUCIA aqui no Hub Criativo do Bairro Alto. Os que não necessitam de restauro vêm directamente para a IRMALUCIA. Os realizadores e directores de fotografia são convidados a juntarem-se ao processo, em sessões de projecção de referência, que se realizam nas instalações da Cinemateca da Barata Salgueiro, para que a partir daqui se faça o trabalho de correção de cor. Por fim, as novas matrizes digitais, ou seja, os filmes em formato digital (DCP), são validadas e arquivadas no Data Center do ANIM, prontas a ser distribuídas. O investimento global em novos equipamentos é de cerca de meio milhão de euros.
Abrem-se assim as portas à divulgação do cinema português!